terça-feira, novembro 27, 2007

poligónica forma pró-dislate

Penso que podemos falar em dependência.
Ela sofria verdadeiramente enquanto ele não chegava a casa e se deitava a seu lado. Ela precisava de o proteger para estar protegida. E este voltar a casa é claramente figurado. Para ela, estar em casa era estar bem, era entrar no habitat, aquele lugar onde se é feliz e todas as verdadeiras necessidades são satisfeitas. E o "ele não chegar a casa" era ele não dizer nada ao voltar do treino, não tocar à porta ou mandar uma mensagem. Ela precisou, durante muito tempo, que ele entrasse quase totalmente na sua rotina. Assim, era-lhe, a ela, fundamental saber onde ele se encontrava ou saber o porquê de ele não dizer onde estava. Ela dava-lhe liberdade, é certo - ela morreria se tivesse ali um pássaro na gaiola! - mas dava a máxima importância a toda a informação que podia obter.
Ela não descansava se ele não chegava a casa e não se deitasse a seu lado. E esta parte do deitar lado a lado também era importante - mas não tanto. Porque o essencial é que ele voltasse para casa. Se quisesse dormir no chão ou no sofá e os preferisse à pele dela...não faria mal - porque havia sempre o amanhã, em que, por certo, tudo seria resolvido. O facto de ele se deitar a seu lado era o final feliz daquilo que já era, por si só, perfeito.
É que viviam no mesmo mundo. No mesmo mundo de paralelismos, confusões, sentimentos, impulsos. Só viverem ali os dois e partilharem toda aquela informação era, de facto, perfeito. Violento, assustador. Mas perfeito.
Ela precisava de o sabber ali para estar sossegada, precisava de o aconhegar para ter a noite completa. Ela precisava que ele precisasse. Ela necessitava da sinceridade dele como de pão para a boca. E a sinceridade dele toldava a felicidade dela. Porque, segundo parecia, a dependência era comum, ou melhor, era recíproca.
Ele precisava dela.
E isto...isto era perfeito.

terça-feira, novembro 20, 2007

Velhadas

Há coisas que vão ficando melhores com o tempo. Algumas, quanto mais o tempo passa, mais gosto delas!
Uma delas, é a AMIZADE. Vamos amadurecendo juntos, ao longo dos tempos. Sejamos grandes ou pequenos. E continuamos construindo os nossos mundos.
Outra, é a p a c i ê n c i a. Acho-a extremamente importante, no carácter de um humano. E cada vez mais urgente...
Outra, são os bons livros. É que têm aquela magia de nos ensinar coisas novas, quantas vezes mais os lermos...e de se tornarem cada vez mais nossos e mais especiais.
Outra, é o Outono. Cada vez mais raro. Cada vez mais especial.
Outra são os carros. Adoro carros antigos! Mais antigos ou menos antigos: têm é de cheirar a antigo! A gente passa na rua e...e eu fico a olhar!

Aqui fica um dos que me prendeu , em Portimão, a um domigo de manhã...

sexta-feira, novembro 16, 2007

Não te rias! Epah espera...eu consigo. Opaaahh...

Estou a aprender!
Devagarito e sozinha...mas estou!
"Sozinha"...ele de vez em quando ajuda...mas só de vez em quando!
Ele sabe as notas, eu vou decorando os acordes...algures lá para o meio encontra-se algo parecido com uma melodia...=)

sexta-feira, novembro 09, 2007

Os que entendem como eu as linhas com que me escrevo reconhecem o que é meu em tudo quanto lhes devo

Queria trazer-vos uma foto, hoje.

E escolhi esta.
Praia da Lota, Algarve, Verão '07
Porque há coisas que valem a pena. Porque há pessoas que, por muito tempo que passe, ainda nos surpreendem. Porque se não tivermos os olhos abertos...há sempre alguém que no lo faça. Porque hão-de haver sempre boas memórias que ainda têm mais um bilhete para um sorriso.

Sim, há muitos daqueles dias em que chegamos à noite e chamamos nomes feios ao dia, enchemo-lo de carga negativa, e dormimos qualquer coisa...mas também os há recheados, menos ou mais, de coisas boas, entrelaçadas em coisas más... Agradeço hoje aos meus verdadeiros amigos. Aqueles que já foram e ao que restam comigo. E espero aqueles que hão-de vir. Umas certeza lhes dou: serão recebidos com um sorriso. Mais ou menos desageitado, um sorriso. Mais ou menos bonito, um sorriso.

P.S.: Título: Poeta castrado, não!, J. C. Ary dos Santos in Resumo

quinta-feira, novembro 08, 2007

Não gosto disto!

É que não gosto mesmo!!
Digo mais: estou verdadeiramente indignada!!
Mas qé isto??! Perfeitamente inadmissível!
Onde andam as chuvadas? E as poças? E as luvas? E os gorros? E as botas, e a neve, e os cachecóis, e as trovoadas, e as sopas quentes, e os chapéus de chuva, e o nevoeiro, e as camisolas de gola alta, e os espirros????
Onde anda tudo aquilo que nos faz aproximarmo-nos uns dos outros, querermos manter o calor dentro dos casacos, os narizes frios e avermelhados, tudo aquilo que traz a cor intensa do autêntico Outono?

Vejo roupas leves, vejo pessoas que ainda não perceberam a distância a que gritam umas das outras, vejo tudo muito com pés no chão...vejo as folhas nas árvores. Vejo gelados à venda. Não gosto disto. Hoje, as castanhas à saída do metro nao cheiram a castanhas. Era a única coisa de que eu sempre gostei nas castanhas: o cheiro. Assim, o Outono não sabe a Outono. Não apetece. Não chama na voz da chuva que bate à janela. Não faz levantar para mais um dia - mesmo que ainda seja de noite quando acordo. Não faz levitar, nas asas do vento que arrasta, a caminho de seja onde for. Não gosto. Tenho dito.

domingo, novembro 04, 2007

Bon voyage...

Fui mergulhar à Zambujeira do Mar. Passei por Marrocos e espreitei o Grande Cabo. Visitei Londres, explorei Laos. Passei uns bons momentos em Los Angeles e fui trincar a Big Apple... Dar um mergulho à Etiópia e sobrevoar o Chile. Daí, directamente para a China, antes de querer ver São Francisco e vaguear por Cuba... mas ver mesmo. Com olhos de ver.
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A isto eu chamo...Google Earth.

quinta-feira, novembro 01, 2007

Penso-te.

Penso-te. Porque não estás aqui. Porque não te posso tocar ou reconhecer. Porque não me posso agarrar a ti e dizer-te o quanto preciso de ti. Porque decidiste partir. Porque não estás aqui. Sinto-te. Porque foste sem explicar, porque não te despdiste, porque não cheguei a pedir-te desculpa. Porque choro e sei que se aqui estivesses ficarias atarantado sem saber o que dizer. (...) Porque não me deste tempo de me apaixonar por ti? Porque não me deixaste conhece-te? Porque não quiseste ficar? Porquê escolher ir? ...Porque não tiveste juízo? ________________Não serias tu. Acho que percebo. Havias-de querer tranquilizar-me. Sei que estás bem, agora. Imagino-te à mesa com Fermat, em conversa amena. Uma fatia de bolo do vinho do Porto e um café meio cheio à tua frente. Sim, pai, estás bem _____________ agora. Três mil visitas. Dedico-tas a ti.