sábado, junho 28, 2008

Que faisons-nous pour sauver la planète?

Aqui há uns tempos, a minha stora de Francês fez-me esta pergunta. Esta é a tradução da minha resposta.
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Nós já fizemos tudo para salvar o planeta, não vale a pena fazer mais nada.
Nós já destruímos – e fizemos desaparecer – milhares e milhares de espécies animais e vegetais. Elas não poderão voltar, nunca mais. Ninguém as voltará a ver. Ninguém as poderá sentir, nem sequer imaginar.
Nós já destruímos o equilíbrio frágil dos ecossitemas - somente as ratazanas e baratas progridem sem problemas. Nós já contaminámos irreversivelmente os oceanos. As marés negras, o lixo industrial, os desperdícios químicos continuam a ser sistematicamente depostos no nosso caixote-de-lixo preferido. Nós já pusemos em órbita toneladas e toneladas de aço que, um dia destes, ainda hão-de começar a cair-nos em cima da cabeça (o Astérix tinha razão !).
Nós até já triunfámos na difícil tarefa de destruir a camada de ozono, nas regiões mais longínquas da atmosfera. Mais nada a dizer ! Não podemos desculpar-nos com a ignorância ou a falta de aviso ! E é por isso que podemos afirmar , sem a mínima dúvida : já fizemos tudo para salvar o planeta.
Hoje mesmo, alguns ainda tentam adiar o extermínio desta raça culpada. Insistem em pequenos gestos que – segundo eles – farão a diferença. Falam de reciclagem, da protecção das espécies, da economia de água, de energias alternativas - sem risco de poluição para o planeta... Mas é esta mesma raça viciosa quem o destrói, é esta mesma raça venenosa quem consome o oxigénio e produz dióxido de carbono.
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Eu acredito : ele será salvo , o nosso planeta.
Infelizmente, sem nós.
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E viva a Largartinha, que me fez voltar a pensar neste assunto e neste texto.

quarta-feira, junho 25, 2008

Receita Para Fazer Um Herói

Aos verdadeiros heróis da minha vida.
Como começava Reinaldo Ferreira, "Tome-se um homem (...), como nós, e em tamanho natural." Reconheça-se-lhe a vontade de lutar. Não obrigatoriamente por si, ou sequer por algo em concreto, mas a vontade de lutar por algo realmente desejado. Não obrigatoriamente algo nobre, ou sequer algo correcto, mas algo incrivelmente desejado.
Descortine-se-lhe a humildade com que nos fala, a voz com que nos aquece, o calor com que nos acolhe, o olhar com que nos abraça, os braços com que nos acalma.
Outros cozinheiros tirar-lhe-iam a mesquinhice, a casmurrice com que tantas vezes actua. Porém, eu acredito que o herói precisa de o ser por inteiro. (Aliás, sem estes importantes elementos, em vez de um herói, teríamos uma escultura perfeita, um boneco bonito, um fantoche grego.)
Polvilhe-se com tudo o que estiver à mão e nos parecer característico: valores morais, cabelos indisciplinados, rugas nos cantos dos olhos, muita instabilidade, mãos ásperas, uma gargalhada cheia e sonora...talvez uma pitada de barba por fazer e uma cabeça de vento...
Para finalizar, junte-se-lhe a fonte da força - que é o mesmo que dizer o ponto fraco - , a âncora daquela vida levada ao sabor do vento...: a família ou aqueles amigos ou aquele(s) hábito(s) que tem desde que se conhece, ou tudo junto.
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Forno bem quente.
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Serve-se como calhar.

domingo, junho 22, 2008

Dói(s)-me.

Saber que tudo vai acabar não tarda.
Saber que em breve estaremos distantes e autónomos e não teremos nada que ver um com o outro.
Saber que vou guardar tudo numa caixinha, numa gaveta, num envelope, para voltar a pegar num amanhã que virá muito depois.
Saber que não posso parar agora, que ainda está tudo na mesma, e que terei de continuar sozinha, em frente, e que a minha frente a partir de agora não é a mesma frente que a tua.
Perguntar-me se alguma vez foi.
Perguntar-me se alguma vez olhámos o mesmo ponto, buscámos a mesma meta, sonhámos o mesmo horizonte.
Perguntar-me se valeu de alguma coisa.
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Esperar.
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O momento em que não vou querer olhar para trás, para não doer mais.
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Sonhei…
-- Tenho de ir, agora.
- Sim. Leva juízo.
-- Algum.
- Hum, gosto muito de ti.
-- Er…vou ver se passo cá de visita.
- Ok. Vai lá.
-- Txau.
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Não sabia que se podia sentir a partida e a falta de alguém que ainda não partiu e ainda está presente. Mais uma coisa que aprendi.
Confesso: nunca sonhei que viesses a importar-me tanto…

terça-feira, junho 17, 2008

Gerês.

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Um lugar onde a própria paisagem me enchia. Não só me envolvia, como num abraço de amigo, como me enchia de facto, infundindo em mim todo o espírito de natureza, de frescura, de liberdade, de vitalidade...
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Um lugar onde nunca estávamos cansados, mas que convidava a sentar...
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Apetecia ficar ali.
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E voltar, de novo...voltar sempre!
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Sentar e ficar a observar os bichos, as plantas, ouvir as cascatas, respirar o ar limpinho...
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Um lugar onde a natureza se impõe, e o homem se reduz a si mesmo para contemplar o grande mistério e perfeição da Criação.

sábado, junho 14, 2008

Empty Place

Não, nós sabemos que nunca vamos dizer tudo. O tempo ensinou-nos que há sempre algo que ainda pode ser dito. Há sempre algo que fica por dizer. Por vezes, a parte mais importante é aquela que não dizemos.
Então deixamos...como que um lugar vazio, em vez daquilo que poderíamos ter dito. Às vezes, só nós sentimos esse vazio, por termos guardado para nós o que queríamos dizer. Outras vezes, quem não ouviu o que nós não dissemos também sente que poderíamos ter dito mais, ou outra coisa. E aí, o vazio é partilhado.

foto emprestadada - salvo erro - daqui

segunda-feira, junho 09, 2008

M.A.

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Costumamos dizer que não vale a pena dizer nem falar sobre o que sentimos uma pela outra, porque o que sentimos uma pela outra é indizível.
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Costumamos dizer que não precisamos de dizer o que sentimos uma pela outra, porque a outra já sabe tudo o que poderíamos inventar para dizer.
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Costumamos dizer que não vamos dizer o que sentimos uma pela outra, porque se o disséssemos uma vez que fosse, o que sentimos seria banalizado.
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Falamos, falamos, falamos...difícil é estarmos caladas. Mas sinto que contigo eu falo, de facto. Eu não só falo, como converso. São conversas de gente.
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Eu gosto de quem sou quando estou contigo.
Mais do que isso, nunca poderia pedir...
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És tudo.
Completas, Ruth Graça.
Completas tudo.
És o fim do meu princípio.
És maior que eu e caibo inteira no teu abraço.
És inteligente e sabes discutir.
E sabes estar e falar e Crer.
És o Nesquik para o meu leite branquinho... :)
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Através dos tempos, através dos choros, através das noites, através da vida e das dúvidas e das aventuras...sempre: Melhores Amigas.

terça-feira, junho 03, 2008

Será que sabemos?

Em toda a nossa juventude procuramos dizer "eu sei". E repetimo-nos..."eu sei", "eu sei", "eu sei". Chegamos a um ponto em que em vez disso, dizemos "eu sei, desta vez eu sei". Mas passados tantos anos em cima desta terra, onde andamos de um lado para o outro, ainda não sabemos como é que ela gira. Um dia ainda vamos saber que não saberemos nunca. "La vie, l'amour l'argent les amis et les roses On ne sait jamais le bruit ni la couleur des choses C'est tout que je sais! Mais ça, je sais!" Jean Gabin - Maintenant Je Sais

domingo, junho 01, 2008

Ao Pedro:

Antes de mais, sê bem-vindo!
Que tenhas uma vida feliz e recheada, que vivas sempre entre aqueles que te amem, que sejas sempre querido e desejado, que cresças saudável, em estatura, em sabedoria e em graça, e que não dês muitas dores de cabeça (só algumas...).
Tenho de te contar: assim que a tua mãe me disse que nasceste, tive mais uma razão para gostar bué de ti: nasceste à mesma hora que eu!! Repara só: o teu nome é o meu favorito, nasceste - como eu - na Primavera, tens dois pais que eu tenho por pessoas fantásticas, tens imensa gente ansiosíssima por te conhecer e ver crescer (a começar por mim, claro!), tens uma mana linda que vai ganhar imenso juízo contigo por perto...tens tudo a teu favor!
Vais agora, e por muito tempo, partir à descoberta deste mundo tão grande e estranho onde se tem frio e calor e fome e diarreia e banhos e barulhos e onde já não és só tu e o teu líquido amniótico dentro daquela que mais te quer e mais te ama...
Vais agora, e por muito tempo, começar a usar os teus olhos, depois a boca, depois as mãos, depois os pés, depois todo o teu corpo, depois o teu coração, e logo a tua mente vai aprender a comandar tudo isto...
Hoje és um filho, um neto, um sobrinho, um mano, um primo.
Um dia serás tudo isso e muito mais.
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Manda um grande beijo à mãe linda que tu tens, sim?
Anita
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Post Scriptum: FELIZ DIA DA CRIANÇA!!