sexta-feira, janeiro 28, 2011

Campos.

Diz lá. O que seria eu, se não clareasse? É assim mesmo que se protegem as pessoas: protegendo. Clarear-te é proteger-te, e eu protejo-me, assim, clareando-te.
Dizem que o facto de explicar e perceber e saber não soluciona, mas toda a minha Humanidade diz que sim com a cabeça. O que é que eu podia fazer, quando ainda podia decidir, senão acenar também, e vivê-lo, para este sempre, com tudo o que sou?
É a minha grande liberdade. É eu, isso. E tu sabes!... Chama-me. Ou não me chames. Sabes que nunca te vou dizer o que fazer. Campos. Diz.

domingo, janeiro 23, 2011

"Deus é a cabeça!"

Quando acho que já está, eles vêm dizer o contrário.

Há sempre espaço para mais um, nem ponderamos dizer que não. Ponderando, chegaremos rapidamente à conclusão que não faria sentido. Temos hoje, dia 22 de Janeiro de 2011, dez crianças dentro da sala. Doze, se contarmos connosco. Sentimo-nos já ultrapassadas quando um resolve dizer qualquer coisa como "Deus é a cabeça!".

Hoje chegou mais uma. Pequenina, como todos. Era o primeiro dia, a mãe ficou também. Um dia vai coordenar um grupo de jovens, ser MEC ou Consagrada? Será que vai sair a mio do caminho? Talvez volte mais tarde. Tantos voltam... Ou talvez não volte nunca, segura do que decidiu. Ou talvez ainda sinta um dia qualquer coisa que a carcome por dentro, e resolva investigar.

Para mim, o melhor de ser catequista é seguramente também o pior.

É nas nossas mãos, também, que eles repousam. Eles inteiros. As suas famílias, os seus pares, os seus medos e capacidades; as suas necessidades e as suas realidades; as suas dúvidas, as suas conquistas, os seus desertos e as suas montanhas. E se é uma enorme responsabilidade que provoca um medo pavoroso, é também e sobretudo ainda um mistério assombroso.

Para mim, o pior de ser catequista é seguramente também o melhor.

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Exquis

Sim, ainda tenho muitas coisas para dizer. Coisas que já fui. Presunções que tenho. Nuvens que penso. Pessoas que sou. Tudo isso é real, porque eu. É tão real como eu, ou seja, si próprio. Vago? Sempre e nunca, só depende do ponto e vista. Há até muita gente para dar por isso. Ou assim volta e meia alguém diz. Mas às vezes não há ninguém. Ninguém. Um ovo é só um ovo, e a melancolia passa incólume. É por isso que a humanidade só pode aceitar o objectivismo.