quinta-feira, agosto 29, 2013

Incomunicável.

Hoje é o dia em que se sumiram as palavras.

Um grande dia cheio de lugares vazios, como se Deus organizasse uma grande festa para ninguém, como se o país se construísse para as pessoas que nunca imigravam e para os bebés que nunca nasciam.

Não se esgotaram porque ninguém as esgotou, elas nunca existiram para poderem ser esgotadas aos poucos até se esgotarem.

Cheio de nada. De ausência. De morte.

Não acabaram porque não havia, não estava lá nenhuma que pudesse ser utilizada.

domingo, agosto 11, 2013

Verde, verde, verde.

Tomar, Viseu, Vila Nova de Paiva, Vila Nova de Cerveira, Santiago, Caminha, Santa Tecla, Vilanova de Arousa, Peneda, Lobios, Gerês, Braga, Viana do Castelo, Vilar de Mouros, Campos, Monção, Póvoa do Lanhoso, Vieira do Minho, Valdréu, Terras de Bouro, Penalva do Castelo, Sernancelhe, Penedono, Trancoso, Vila da Ponte...perdida no verde.  Nas cascatas, nas bicas, nas vias romanas, nas praias fluviais. Nas igrejas em pedra, nas capelas quase no mar, nas escadinhas que levam aos santos do altar.
Perdida em Pindo nos nomes de tantas tias, de tantos primos. E há terrenos, há herdeiros, há figos gigantes e pratos cheios e avós que pedem casamentos e bebés. Passeios, bailes, festas, homilias, florestas, túmulos milenares, caches, mergulhos e um telescópio. Uma maneira própria, um gesto rústico, histórias por contar, uma forma esquisita de falar.
A vida agora é verde.