que quando os sonho chego a ter saudades tuas.
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Entretanto tu és a mesma e continuas
a pôr cravos e rosas ao pé do meu retrato,
e idealizar uma casa ao rés das ondas
(mal pensas nela, riem nos teus ouvidos nossos filhos)
e a fazer da Vida precisamente a ideia
que fizeste de mim desde a primeira hora.
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Era assim, boa e simples, que antigamente chegavas aos meus sonhos.
E como eu, pela minha, calculava a tua pressa,
fazia-te chegar rosada e ofegante, exausta de correr
da tua porta à porta da minha fantasia.
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O tempo era o das flores...
E tu colheras uma no caminho e vinhas dá-la
ao maior e melhor de todos os poetas.
Eu fingia fingir acreditar no que de mim julgavas,
e era já acordado que beijava as tuas mãos,
pois desceras comigo do sonho e à minha volta
o estremecer alegre e o perfume suavíssimo do ar
e um silêncio igualzinho ao que se faz quando te calas
eram a tua presença verdadeira...
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Por que não vens agora?
Todo o tempo é o tempo das flores, para os poetas...
E tu pensas de mim o que pensaste sempre
e bordas nos lençóis as nossas iniciais.
Por que não vens?
Chegarias ainda rosada e ofegante.
Não virias molhar de lágrimas os meus sonhos,
porque não sabes nada... Nem sequer
que até esqueci a cor e o corte do vestido
que tu estreaste (há quantas Primaveras?)
no último sonho em que sonhei contigo...
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