Encontrei um texto aqui perdido, de não há muito tempo. Como não é de hoje, publico-o com a data de ontem.
Continua a haver coisas que não
gosto de estudar. Coisas que gosto de saber, em que me sinto bem, mas continuo
a não gostar de estudar. E preguiço. Imenso.
Há coisas que fazem sentido. Não
como antes. Antes eram só muito interessantes e lógicas, como a História, ou
mexiam com as minhas entranhas, como a Literatura. Acho que essa vai ser sempre
o meu amor. Amor proibido!
Agora há futuro. Investimento,
investimento, investimento. Penso que aprendi, mesmo sem me mexer muito, em
alguns meses, coisas que mudaram a minha maneira de olhar as pessoas. Os
deficientes, os gagos, os disléxicos. Os universitários, os anti-praxes, os
professores. As crianças, os acidentados. Os falantes, os surdos, os bilingues,
os gémeos, os prematuros. O comum mortal que é também o centro do meu
estudo, quando calha. Porque todos temos algo de anormal. Porque para conhecer
a disfunção temos de dominar a função.
Invisto em mim, sobretudo.
Trabalho-me. Avalio-me, derroto-me, estrago-me. Com mimos, também. Estudo.
Mas também nas pessoas. Penso
muito nelas. Nos meus colegas. Na minha família. Muito. Dou-me.
É um ritmo novo, mas quando
aprendemos os passos depois já não dá para não dançar. É isso. Pego no meu
carro, e vou. Sou eu.