terça-feira, julho 17, 2012

Fac


Encontrei um texto aqui perdido, de não há muito tempo. Como não é de hoje, publico-o com a data de ontem.

Continua a haver coisas que não gosto de estudar. Coisas que gosto de saber, em que me sinto bem, mas continuo a não gostar de estudar. E preguiço. Imenso. 
Há coisas que fazem sentido. Não como antes. Antes eram só muito interessantes e lógicas, como a História, ou mexiam com as minhas entranhas, como a Literatura. Acho que essa vai ser sempre o meu amor. Amor proibido!
Agora há futuro. Investimento, investimento, investimento. Penso que aprendi, mesmo sem me mexer muito, em alguns meses, coisas que mudaram a minha maneira de olhar as pessoas. Os deficientes, os gagos, os disléxicos. Os universitários, os anti-praxes, os professores. As crianças, os acidentados. Os falantes, os surdos, os bilingues, os gémeos, os prematuros. O comum mortal que é também o centro do meu estudo, quando calha. Porque todos temos algo de anormal. Porque para conhecer a disfunção temos de dominar a função.
Invisto em mim, sobretudo. Trabalho-me. Avalio-me, derroto-me, estrago-me. Com mimos, também. Estudo.
Mas também nas pessoas. Penso muito nelas. Nos meus colegas. Na minha família. Muito. Dou-me.
É um ritmo novo, mas quando aprendemos os passos depois já não dá para não dançar. É isso. Pego no meu carro, e vou. Sou eu. 

1 comentário:

Boop disse...

Pegas no teu carro e vais!
Quando uma passagem pela faculdade não é vivida assim não sei para o que serve.
Para mim também foi o encontrar de uma linguagem, o descobrir um mundo em que eu podia ser eu, e aprender, e crescer.
E os amores proibidos... são os mais duradouros... :)