segunda-feira, abril 28, 2008

Crepes!

Não foi cansativo...foi extenuante!
Foi o dia todo: dás-me um guardanapo?, este crepe é com quê?, chega para lá!, espera um bocadinho!, precisamos que alguém vá comprar talheres (ou óleo, ou ovos, ou nutella, ou...)!, façam uma fila!, o que é que vai ser?, já te dei troco?, qual é o teu turno?, quanto já temos?, podes ir lavar isto?, epah, não tens moedas?, volte sempre!.
O dia todo de pé. Mentira: foram só dez horas. Dez horas a fazer sair crepes, uns atrás dos outros, às vezes com duas crepeiras ao mesmo tempo. Ou a inventar uma massa assim à pressão. Ou a atender alunos com medo do toque de entrada. Ou a encher crepes de chocolate, de caramelo, de doce, de queijo, de fiambre, de salsicha, de açúcar, de canela, de chantilly. Éramos muitos. Funcionávamos bem, de uma maneira geral.
Estávamos tão habituados à gritaria, ao nervosismo, às respostas tortas, que quando alguém fazia um elogio, ganhávamos o mundo. Quando pedíamos em vez de mandar, quando agradecíamos em vez de embirrar, e recebíamos um sorriso no meio do caos...o tempo parava(mas só um bocadinho...). Acho que estas coisas nos fazem bem: obrigam-nos a contar uns com os outros. E a lavar a sala, mesmo que o balde da esfregona se entorne vezes sem conta, nas mãos dos rapazes.
Foi muito cansativo. Mas soube bem.

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