Às vezes, tudo o que eu queria era um dia cinzento.
Às vezes nem queria, só precisava.
Só um, nem tinha de ser o dia todo, só assim um bocadinho durante a tarde, por entre a gritaria e confusão deste sol cataclítico.
Mas a gente não manda. E eu sou um bocadinho de gente. Se a gente não manda, bocadinhos dela mandam ainda menos. Right?
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No entanto, às vezes, não só o dia fica cinzento e escuro, e fresco e ventoso, e limpo e grande, e espaçoso e cheio, como também se farta de chover e ainda nos cai uma senhora trovoada em cima. Passa-se ali um dia inteirinho - inteirinho! - em que o sol não atrofia cérebros nem músculos nem poros, se limita simplesmente a preguiçar sobre as fofas nuvens que fazem o favor de chover cá para baixo. Alguns bocadinhos de gente ganham ainda a possiblidade de passear - individualmente ou não - debaixo dos pingos indefinidamente sistemáticos e torrencialmente sequenciais daquela liberdade imensa e de depois ouvir a serra respirar ou sentir a cidade renascer. E tudo isto de graça!
Os Rolling Stones são famosos por causa daquela frase deles a respeito de nem sempre se poder ter o que se quer, mas às vezes conseguimos ter aquilo de que precisamos. Sublinho: às vezes, podemos ter o que queremos e o que precisamos ao mesmo tempo, com tudo grátis e às vezes até há beijinhos!
1 comentário:
I'm quite positive The Rolling Stones' fame doesn't come from that sentence :p
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