quarta-feira, dezembro 02, 2020

Fluxo

Rio Radovna


Olho o calendário. Os registos. Faço contas para trás.

Onde é que eu falhei? O que é que não percebi? Será que me esqueci de registar? Será que não senti, não soube interpretar os sinais que estavam lá? 

Voltar aqui é como perder uma batalha. É um dia de frustração, de insucesso, de comparação com pessoas bem sucedidas. Às vezes não é o dia todo, pode ser só um minuto. Às vezes é um dia, e o dia seguinte. Às vezes é todo um mês circunspecto e assombrado por registos e possíveis eventuais erros de caderneta.

Mais um ciclo que correu como um rio que não volta para trás.

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