Foi nas ondas Narciso presumido;
Esse farol, nos céus, escurecido,
Foi do monte libré, gala do prado.
- Esse nácar, em cinzas desatado,
Foi vistoso pavão de Abril florido;
Esse Estio em Vesúvios encendido
Foi Zéfiro suave, em doce agrado.
- Se a nao, o Sol, a rosa, a Primavera,
Estrago, eclipse, cinza, ardor cruel
Sentem nos auges de um alento vago,
- Olha, cego mortal, e considera
Que és rosa, Primavera, Sol, baxel,
Para ser cinza, eclipse, incêndio, estrago.
Francisco de Vasconcelos
- Gostei tanto do poema...é tudo verdade! Sinto-o hoje na minha pele.
3 comentários:
Este não é o poema q lemos hj na aula de literatura ? :P
Eu tbm gostei muito do poema...demostra como td é fragil..td tem um inicio e um fim...por mais q não queiramos pensar no fim...ele mais cedo ou mais tarde vai acontecer....
bjs Aninha =D
;)
Um beijo
"Olha, cego mortal, e considera
Que és rosa, Primavera, Sol, baxel,
Para ser cinza, eclipse, incêndio, estrago."
Mas só se é cinza se se foi rosa,
e cinza não é toda igual...
Quando se analisa a composição da cinza, vemos marcas do que foi um dia: uma rosa, um tronco,um animal...
Quando se vê a cinza não há mal...
Se se respeitar o que a cinza é,
inseparável do que já foi.
Bjs
Graça
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