terça-feira, abril 14, 2009

Fragilidade

Esse baxel, nas praias derrotado,

Foi nas ondas Narciso presumido;

Esse farol, nos céus, escurecido,

Foi do monte libré, gala do prado.

-

Esse nácar, em cinzas desatado,

Foi vistoso pavão de Abril florido;

Esse Estio em Vesúvios encendido

Foi Zéfiro suave, em doce agrado.

-

Se a nao, o Sol, a rosa, a Primavera,

Estrago, eclipse, cinza, ardor cruel

Sentem nos auges de um alento vago,

-

Olha, cego mortal, e considera

Que és rosa, Primavera, Sol, baxel,

Para ser cinza, eclipse, incêndio, estrago.

Francisco de Vasconcelos

-

Gostei tanto do poema...é tudo verdade! Sinto-o hoje na minha pele.

3 comentários:

Ruben Dias disse...

Este não é o poema q lemos hj na aula de literatura ? :P

Eu tbm gostei muito do poema...demostra como td é fragil..td tem um inicio e um fim...por mais q não queiramos pensar no fim...ele mais cedo ou mais tarde vai acontecer....

bjs Aninha =D

Boop disse...

;)

Um beijo

Anónimo disse...

"Olha, cego mortal, e considera
Que és rosa, Primavera, Sol, baxel,
Para ser cinza, eclipse, incêndio, estrago."

Mas só se é cinza se se foi rosa,
e cinza não é toda igual...

Quando se analisa a composição da cinza, vemos marcas do que foi um dia: uma rosa, um tronco,um animal...

Quando se vê a cinza não há mal...

Se se respeitar o que a cinza é,
inseparável do que já foi.

Bjs

Graça