Não é difícil despedires-te. É chegares ali, àquela barreira, seja onde for que a criares, e dizeres Adeus. É o bastante.
Aí colocas tudo o que sentes. Não por te estares a despedir, mas por ser assim que a vida se vive. Não será necessário mudares o modo de viver por uns minutos - aqueles, a despedida - ninguém quer que sejas outro quando te despedes.
Porque a despedida é unicamente uma coisa que dizes. Di-lo, sem medo de dizer. As palavras não te vão comer. Não evitará a partida o facto de adiares as palavras. Diz tudo, diz cedo, e depois cala-te. É relativamente fácil. E bastará, ainda que não pareça.
Alguém dizia que quando nos aproximamos do final, voltamos sempre ao início. O início. Todos os inícios são uma história, e quase todos são mais que uma história. Contamo-la ao nosso ninguém como a uma criança - uma história mais ou menos apetitosa: consoante o tamanho do sorriso que trouxer.
Bem vistas as coisas, porque não nos calamos?