Palavras servem quando não há mais nada. Quando não se pode estar, nem ver, nem ir. É-se com palavras, com ideias comunicadas. Fazendo-se por estar quando estar é impossível.
Pode mudar tudo. Comunicando, constrói-se, muda-se, é-se, vive-se. As relações existem seja pelo que for, mas vivem do investimento mútuo, da comunicação.
Há um papel atribuído à linguagem que não o pode ser a mais nada. À linguagem não como faculdade, não como função cognitiva, mas como processo de recepção e de transmissão de pensamentos de um para um outro. À linguagem como dispositivo maravilhoso e inacreditável de interacção.
Comunicar é abraçar sem braços, ralhar sem voz, curar sem compressas. A comunicação é a prova de que "sou do tamanho do que vejo. E não, do tamanho da minha altura..." (Pessoa).
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