Tempo estranho. Muito estranho. Estranho porque toda a gente fala a mesma língua, mas ninguém se entende. Ou entendem-se, assim: $&=@!0{¨#. A parte mais engraçada é que o Natal não é nada disso.
Bem, o Natal é um amontoado de presentes, de azevinho, de velas, de velhotes barrigudos, de anúncios irritantes, de jantares, de postais, de sorrisos, de abraços, de visitas, de promoções, de renas, de missas. Mas há quem diga Não, não, na realidade o Natal é a festa da família, da solidariedade e dos presentes, das árvores decoradas, dos pensamentos bonitos. Alto lá, dizem outros, acima de tudo, o Natal é o mundo do Pai Natal, um velho gordo e bondoso, com barbas, sempre com um saco às costas e um fetiche por chaminés. Na realidade, no meio desta enorme confusão, alguns são capazes de conhecer o sentido original do Natal, creio eu. Aquela imagem, o sentido etimológico, a origem histórica... Só que a realidade é tão diferente! A verdadeira realidade do Natal é um assombro. O mais incompreensível não é que o Senhor que fez o Universo tenha nascido como um bebé, tão frágil e vulnerável quanto cada um de nós, morrido na cruz e ressuscitado. O mais espantoso é que Ele o fez por mim, pela minha vida. Esta é a realidade incontornável. O nascimento de Cristo é a realidade que muda toda a minha existência, em todos os meus dias.
Afinal o que é o Natal, pergunto-me. Sinceramente: Não sei! Um mistério que me escapa. Naquilo que é evidente, algo muito simples: um bebé que nasce num local pobre. Mas como pode este simples facto ecoar assim há 2000 anos? Não sei, man! Mas acredito!
Outra coisa de que muitos se queixam: é uma estucha. Epah, cansa imenso! As visitas, os presentes, as comidas, as sobremesas e - ai! - a família! E gastamos tanto dinheiro! É uma trapalhada, uma con-fu-são! Nem se consegue viver em paz. Porquê? Porque é Natal. É assim desde o início, minha gente. Quão cansada não estaria Maria, carregando com uma barriga de oito meses, fazendo centenas de quilómetros até Belém? A despesa da viagem, do nascimento, da ida para o Egipto? A confusão do recenseamento, a trapalhada do estábulo?
Canseira, despesa e trapalhada estão no centro do mistério que nos leva - ainda hoje - a celebrar o Natal. Porque o Deus sublime quis vir nascer como um bebé. Porque o Senhor do Universo pegou em toda a sua glória e a escondeu naquele estábulo. O Natal só existe porque o Verbo de Deus quis levar com uma enorme canseira, despesa e trapalhada pela nossa salvação.
Por isso hoje, quando corremos, gastamos e sofremos por causa do Natal, ao menos lembremo-nos do que Ele e Sua Mãe correram, gastaram, sofreram. Por nós. Participar no Natal é amar o próximo, mudar de vida, entrar no amor. O Natal não é canseira, é amor. O amor cansa. Mas se não amarmos, se não conseguirmos amar ou mesmo que não o queiramos fazer, ao menos participemos do Natal repetindo a canseira, a despesa e a trapalhada que foi desde o início. A canseira por causa dos outros é o primeiro passo para chegar ao Natal.
Com uma mãozinha do João César da Neves.
5 comentários:
Tenho saudades tuas querida Margarida!
Espero que esteja tudo bem contigo.. e que no meio da "canseira" do Natal... tenhas tido tempo para o que realmente e importante.. para O Contemplar e Adorar!
Um grande abraco..recheado de saUDADES e amizade!
Deixo-te o sorriso que apareceu no meu rosto ao ler-te!
Não me apetece exlicar-to!
Não devo explicar-to!
Mas sorrio!
...Porque gosto de ti!
Que tenhas um grande grande 2009.
Toma um Xi grande.
"Alto lá, dizem outros, acima de tudo, o Natal é o mundo do Pai Natal, um velho gordo e bondoso, com barbas, sempre com um saco às costas e um fetiche por chaminés."
Loooooool o k dixer mais...
Concordo plenamente...XD
Eu já li isso, somewhere ;P
Sabes... gosto mesmo de ti!
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