voltei.
decorei um poema, há uns dias, com a ajuda de um dos meus putos...mas o poema já não me diz nada, quase, de tantas vezes o ter repetido. não sei se deixou de me dizer alguma coisa....se calhar fui só eu que deixei de querer ouvir...intitula-se Cântico Negro, e é de José Régio. todos os poemas que decorei...eram o meu próprio reflexo nesse momento. ao lê-los, ouvia-os e fazia-os meus. hoje aquelas letras não me dizem nada. ou deixei eu de as tentar ouvir.
voltei.
o meu irmão no computador, eu num dos portáteis....até o cão se fartou da novela, agora ligada para ninguém.
voltei.
sou casca, hoje. vazia, oca...desligada de tudo. sem nexo. sem um mundo paralelo. sem uma estrada ali ao lado.
gostava de voltar atrás no tempo...mas não para mudar, só para observar. estudar bem tudo o que fiz, os passos que dei...para saber o que fazer asseguir. para saber agir da melhor maneira. mas não posso, não sei...
vou dormir. estou de férias. amanhã tenho de estudar o Sexta Feira para o stor António; acabar A Arte Renascentista para a Drumond; compilar um CD para mim; falar com o Tiago; devolver o Henrique ao André; ir ver o Ananias, ver se sobreviveu à festa da Damião...
a médica diz que me descentrei.
a única coisa que tenho programada para amanhã para mim é um CD patético que nem sei se vou ter tempo de ripar.
giro.
não sei ser centro.
não me ensinaram.
nunca vi.
talvez um dia vos explique, em palavras que façam sentido ligadas e desencadeadas umas atrás das outras em bicha-pirilau em que raio de ponto de vista (o estupor!) é que tudo isto tem a ver com utopia...
muito bom fim-de-semana.
3 comentários:
Claro que só pode fazer sentido.
(Essas coisas não se ensinam. Mas aprendem-se. E eu acho que, se há alguém que as pode aprender com qualidade, esse alguém és tu.)
Assim é a vida! Incerta e "indefinida".
O importante é almejar mais e sempre melhor e ainda mais... sempre e sempre melhor...
Com a humildade qb para aceitar as limitações, sabendo não nos derrubam, antes nos "enformam".
Bj utópicos
Deixo-te a Utopia do
Zeca Afonso
Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
Gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Não do lobo, mas irmão
Capital da alegria
Braço que dormes
nos braços do rio
Toma o fruto da terra
É teu a ti o deves
lança o teu desafio
Homem que olhas nos olhos
que não negas
o sorriso, a palavra forte e justa
Homem para quem
o nada disto custa
Será que existe
lá para os lados do oriente
Este rio, este rumo, esta gaivota
Que outro fumo deverei seguir
na minha rota?
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