terça-feira, dezembro 30, 2008

Dois mil e troca o passo

Mais um ano que fica para trás.
E com ele fica tanta coisa... Sinto que, com o passar do tempo, me vou rodeando de amigos. É sempre curioso lembrar-me de algumas pessoas que já me foram o mundo...e que hoje pouco mais me são do que essa recordação, essa vivência passada. E esta separação acontece por várias razões...mas cada vez mais tenho a certeza de que, se de facto quisermos, os nossos amigos de hoje serão os nossos amigos de sempre. E lembro uma frase de Nietzsche, Hold a true friend with both of your hands. Creio esses true friends que são a melhor coisa. São a expressão do amor humanificado. Sim, mais que a família. Porque não gosto da minha família. Ou melhor, não é por serem família que gosto deles. Gosto dos amigos que encontro nas pessoas que pertencem à minha família. Gosto do amor que me dão. Não do facto de terem comigo qualquer relação de sangue. Não é possível gostar-se de alguém só porque é família, tal como não é possível gostar-se de alguém só porque é colega, ou vizinho, ou passa muitas vezes por nós na rua.
E então deparo-me, quase subitamente, com os meus desejos para o ano que tão devagar se tem vindo a aproximar. Quero passar pela vida sempre assim: não me arrependendo de não ter feito mais. Quero nunca mais ter medo. Quero tropeçar sempre em gente que me lembre que a vida sabe a coisas fantásticas como pão com manteiga e chocolate!
O que está, está bem, e como dizia o meu anjo da guarda...Siga pra Bingo, menina! :)

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Tempo de Natal

Tempo estranho. Muito estranho. Estranho porque toda a gente fala a mesma língua, mas ninguém se entende. Ou entendem-se, assim: $&=@!0{¨#. A parte mais engraçada é que o Natal não é nada disso.
Bem, o Natal é um amontoado de presentes, de azevinho, de velas, de velhotes barrigudos, de anúncios irritantes, de jantares, de postais, de sorrisos, de abraços, de visitas, de promoções, de renas, de missas. Mas há quem diga Não, não, na realidade o Natal é a festa da família, da solidariedade e dos presentes, das árvores decoradas, dos pensamentos bonitos. Alto lá, dizem outros, acima de tudo, o Natal é o mundo do Pai Natal, um velho gordo e bondoso, com barbas, sempre com um saco às costas e um fetiche por chaminés. Na realidade, no meio desta enorme confusão, alguns são capazes de conhecer o sentido original do Natal, creio eu. Aquela imagem, o sentido etimológico, a origem histórica... Só que a realidade é tão diferente! A verdadeira realidade do Natal é um assombro. O mais incompreensível não é que o Senhor que fez o Universo tenha nascido como um bebé, tão frágil e vulnerável quanto cada um de nós, morrido na cruz e ressuscitado. O mais espantoso é que Ele o fez por mim, pela minha vida. Esta é a realidade incontornável. O nascimento de Cristo é a realidade que muda toda a minha existência, em todos os meus dias.
Afinal o que é o Natal, pergunto-me. Sinceramente: Não sei! Um mistério que me escapa. Naquilo que é evidente, algo muito simples: um bebé que nasce num local pobre. Mas como pode este simples facto ecoar assim há 2000 anos? Não sei, man! Mas acredito!
Outra coisa de que muitos se queixam: é uma estucha. Epah, cansa imenso! As visitas, os presentes, as comidas, as sobremesas e - ai! - a família! E gastamos tanto dinheiro! É uma trapalhada, uma con-fu-são! Nem se consegue viver em paz. Porquê? Porque é Natal. É assim desde o início, minha gente. Quão cansada não estaria Maria, carregando com uma barriga de oito meses, fazendo centenas de quilómetros até Belém? A despesa da viagem, do nascimento, da ida para o Egipto? A confusão do recenseamento, a trapalhada do estábulo?
Canseira, despesa e trapalhada estão no centro do mistério que nos leva - ainda hoje - a celebrar o Natal. Porque o Deus sublime quis vir nascer como um bebé. Porque o Senhor do Universo pegou em toda a sua glória e a escondeu naquele estábulo. O Natal só existe porque o Verbo de Deus quis levar com uma enorme canseira, despesa e trapalhada pela nossa salvação.
Por isso hoje, quando corremos, gastamos e sofremos por causa do Natal, ao menos lembremo-nos do que Ele e Sua Mãe correram, gastaram, sofreram. Por nós. Participar no Natal é amar o próximo, mudar de vida, entrar no amor. O Natal não é canseira, é amor. O amor cansa. Mas se não amarmos, se não conseguirmos amar ou mesmo que não o queiramos fazer, ao menos participemos do Natal repetindo a canseira, a despesa e a trapalhada que foi desde o início. A canseira por causa dos outros é o primeiro passo para chegar ao Natal.
Com uma mãozinha do João César da Neves.

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Leva-me contigo.

Talvez eu me encontre no sítio onde me levares.
Talvez eu descubra que a paz é um conceito real.
Talvez eu perceba que há um sítio onde eu posso dormir.
Talvez eu mude.
Leva-me, então, para onde quiseres.
Já não sei nada.
Sempre quis ser ciente, sempre quis crescer, sempre quis sentir, sempre quis saber, saber, saber! Hoje...não sou nada.
Leva-me no teu bolso. Gostava tanto de caber no teu bolso!
Ainda bem que existes.

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Tu não estás a perceber.

É quando te separas das pessoas que elas te fazem mais falta. Isto é óbvio, mas preciso de pensar. E não falo de saudades, não. Isso também pode ser verdade, mas às vezes não é.
Falo de uma falta que passa realmente a existir, e que não é subjectiva. Porque uma pessoa pode estar a ser um ponto negativo na vida de uma outra pessoa, mas ninguém é mau. Portanto, tudo o que de bom essa pessoa-ponto-negativo-para-outrem pudesse oferecer vai deixar de existir. Então faz, provoca uma falta. Porque falta lá tudo (mesmo que seja pouco) o que ela podia dar, ou ter dado, ou vir ainda a dar de positivo.
Nós nunca deixamos de precisar de colo. Ou de um abraço. Ou de uma bolha-actimel contra a poluição socio-afectiva da sociedade em que vivemos.
Assim, qualquer pessoa que nos desse algo parecido com um pássaro branco que esvoaça livremente dentro de nós, se deixa se estar junto de nós...faz-nos falta. Mesmo que sejamos grandes, crescidos, tão-para-nós convencidos de sermos senhores do nosso nariz. Não só nos faz falta como provoca um vazio imenso, uma lacuna, um poço escuro e digno de muitos pesadelos.
Não digo que as pessoas de quem nós nos separamos tenham de ser pontos negativos. Aliás, para uma pessoa ser um ponto negativo é preciso ser-se muuita mau...e felizmente, isso não acontece muito. Às vezes, separamo-nos porque temos de nos separar. Tem de ser assim! Não somos nós quem faz a maior parte das regras. E é nestes casos - em que nos separamos de pessoas que nos fazem sentir bem - em que elas nos vão fazer mais falta.
Não somos livres. Nunca fomos.
Estou presa a quantos me cativaram a mim, menos àquele que me cativou por inteiro e em todo o tempo, de maneira que não posso sentir que estou presa a Ele.
Todos temos as nossas asas, feitas de materiais que nos nossos pequenos mundos resistem a (quase) tudo. Não significa que não precisemos das dos outros hoje e para sempre, até porque nunca usámos as nossas só para nós...

quinta-feira, dezembro 18, 2008

domingo, dezembro 07, 2008

Chova.

São noites como esta que me apetece viver para sempre.
Todo o dia descobri pessoas, descobri lugares, tácticas, músicas, sabores, verdades.
E chego ao fim, podre, e vejo que onde eu cresci mais foi em mim...mas não em mim!
Cresci naquele eu em que "fui tu". Porque me pus lá. Aprendi a morar no eu que vive, meu, dentro das minhas pessoas.
E apetece-me chover aqui nomes de pessoas. Mas ia faltar sempre alguém. Para além do mais, não vale a pena, quem está sabe que está. É essa a melhor parte de ter amigos. Alguém dizia Nunca te expliques. Os teus amigos não precisam e os teus inimigos não acreditariam. Amigos.
Há uma chama que nos aquece por dentro, que nos impele a agir sem darmos sequer por isso. Como um chouriço que assamos às escondidas - tanto quanto um chouriço se pode assar às escondidas - e partimos em bocados que cheguem para todo o mundo repetir. E todo o mundo repete, sempre. Amigos!
São noites como esta que me apetece ter para sempre.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Catapulta.

Frágil, a minha boneca.
É tão frágil como um fio de cabelo de cristal.
Ela é forte, sim. Mas a sua força é o ponto fraco que faz da alma dela a mais frágil do jardim das bonecas.
Sabes que mais? Construí um castelo à volta dela. Da minha boneca. Podia protegê-la todo o dia, com todos os meus muros, num abraço de segurança, de pertença.
E depois nasceu a catapulta. Estúpida, a catapulta, hein? E os meus muros, até o mais alto e magestoso muro restou por terra. Hoje, a minha boneca não está protegida...
...nem está lá.

sexta-feira, novembro 21, 2008

Pinneapple.

Não te sei falar. Simplesmente, não te sei falar. É como...se não tivesse palavras para ti. Quer dizer...não, não quer dizer nada, não tenho mesmo palavras para ti. Lá está: temos todas as armas contra tudo, estamos preparados para responder a tudo, e defendemo-nos de tudo, até do amor. Mas é amor que te tenho? Tenho amor a alguém a quem não sei falar? É que não sei mesmo o que te dizer. Tudo o que tinha, disse. Não há já nada que não saibas, ou tenhas sabido. Sou repetitiva, redundante, no que toca a ti. Impotente. Sinto-me tão pequena... És tão crescido...! Sim, sei que não escolheste crescer...és aliás das poucas pessoas que parece saber o verdadeiro valor do prazer de sermos crianças. És um homem. E eu tenho o maior orgulho em ti. Sei que não devia, na teoria não me és nada... Mas és tão grande! Se um dia eu tivesse metade daquilo que tu tens...fosse no que fosse: coragem, humildade, amizade, verdade, inteligência, doçura, capacidade de perdão, capacidade de entrega...oh, amigo, como teria enriquecido! Um dia dissemos que a nossa amizade sobreviveria a tudo. O que me fascina, ainda hoje, é a tamanha confiança e despreocupação que púnhamos nessas palavras. É que...não imaginávamos a vida de outra forma. Esses eram dias em que te chamava algo parecido com Melhor Amigo. Hoje? Posso chamar algo assim a alguém a quem não sei falar? Não sei....a mim apetece-me, porque nunca tive amigo maior que tu. Sim, posso ser ingénua, mas não creio algum dia vir a ter. E, no entanto, sinto-me perfeitamente inútil. Vou continuar aqui às voltas. Talvez apareça algo que me desvie a atenção, para continuar a viver no mundo ridículo que construí, aqui.

domingo, novembro 16, 2008

Shh...

O silêncio é como o escuro. / Pode meter-nos medo, pode deixar-nos desconfortáveis, pode ser tudo o que precisamos. / É no silêncio profundo de nós mesmos que nos encontramos connosco, acho. Não digo que é lá que nos conhecemos, porque nós conhecemo-nos nos outros, e nada se faz se forma solitária. Mas é lá que me encontro comigo, que me encontro a mim. / E o silêncio vai tendo uma grande importância em cada fase da nossa vida, digo eu. / Precisamos dele para dormir - mesmo que consigamos dormir sem ele, faz mal aos miolos - e para pensar. Ora dormir e pensar são das coisas mais importantes na vida, não? / E às vezes um silêncio vale mais que todas as palavras. / Mas como dizia o mfc, o silêncio é um texto fácil de ser lido errado. E é aqui que entra o conhecimento do outro, a cumplicidade. Se existe, tudo será claro. / O silêncio é das coisas mais bonitas que pode haver. / Um dia um amigo disse-me que à medida que vamos conhecendo uma pessoa, o silêncio tem um papel cada vez mais especial. No início, geralmente, é constrangedor. Moemo-nos por dentro a pensar "Diz alguma coisa de inteligente, diz!". Chega o dia em que o silêncio não dói, não faz mossa. É até necessário. Percebi que é assim que se constroem as amizades. Na confiança suficiente para não ter medo de ficar em silêncio. / E sou contente, ao pensar em todas as pessoas com quem não tive medo de me calar.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Vekk.

Quero adormecer. Para sempre. Adormecer... Viver em Vale-de-Lençóis. Está declarada guerra de almofadas a quem se meter no meu caminho. E aviso já, porque está decidido: vou de pantufas.

sábado, outubro 25, 2008

Insisto.

A luz está onde a quisermos ver.
Antes de mais, teremos de a procurar por dentro. Tanto por dentro de nós, como pela parte de dentro dela. Unir uma coisa à outra: a nossa mais profunda vontade com a simples razão de ser dela. E então seremos como aquelas imagens bonitinhas das alianças que passam uma dentro da outra: a luz estará no meio de nós e nós no meio da luz.
É por isto que creio que quem procura a luz, ou a paz, ou a felicidade, ou o amor, nunca os encontrará. Quem os encontra não estava à procura deles. Porque quem os procura não está a ligar ao que de melhor há neles: são espontâneos. Nascem, crescem, brotam por si próprios, onde e quando a gente não estava mesmo à espera. Não os tenho, oh não! Não tenho nem conheço nenhum deles. Vou conhecendo... Gosto de pensar que lhes vou seguindo o rasto. Vou assim pela estrada fora, como uma criança mais ou menos paciente, que vai comendo os bocadinhos de pão pelo caminho, pão que a alimenta, que a faz seguir, que lhe deixa vontade para mais.
Citando António Gedeão, Tenho esperança. Uma grande esperança.
--> Foto tirada pelo Rui Pedro, em Taizé.

quarta-feira, outubro 22, 2008

Doo-me.

Escrever. Mas sobre quê?
Não sei.
Então não escrevo.
Preciso de escrever. Preciso de escrever! Mas sobre quê? Sobre esta angústia que me come por dentro? Mas se não sei de onde vem, nem como veio, nem porque raio havia de vir...! Nem sei o que é! É, a um só tempo, a pura alegria de ter amigos bons, amigos fortes, daqueles que julgamos imortais...e o conhecimento desta dor e desta solidão a que não posso chamar senão ímpares porque nunca conheci piores... É, a um só tempo, a felicidade maior e a dor maior. É, a um só tempo, as palavras que não se dizem no maior abraço, e as palavras que não existem num choro silencioso e convulsivo.
É isto o amor? Um amor que lhe dói a si mesmo??
Um amor que se mata, que se morde a si mesmo, que é ao mesmo tempo a sua própria fonte de vida e o seu próprio cancro?!
É isto? ...

domingo, outubro 12, 2008

Peter

Um rapazinho que sempre o foi e sempre o será.
Podemos censurá-lo? Eu gostava de me poder recusar a crescer. Em verdade, acho que estou a aprender. A viver num mundo longínquo, onde as palmas ressuscitam as fadas e a liberdade mental é o único verdadeiro pré-requisito. Gostava de adormecer numa casa na árvore, mesmo antes de gritar Boa Noite a toda a minha pequena Terra do Nunca. De tocar flauta e cantar de galo. De ter sardas e andar com penas engraçadas na cabeça. De ser criança para sempre!...
Uma coisa já aprendi, embora nem sempre consiga concretizá-la. De uma maneira ou de outra, aprendi, e acho que é a mais importante de todas: aprendi a voar! Basta um pensamento feliz… Não importa que dia é hoje, nem as horas a que as trevas chegaram…basta um verdadeiro pensamento feliz!! E o meu é este: o meu próprio Peter Pan, que é a coisa mais linda que este mundo tem!

imagem do google

quarta-feira, outubro 08, 2008

Pequenina...!

Em queda livre vinha frustrada, injustiçada. Pura queda livre, para me suicidar de escuridão. O fundo nunca era visível, apenas caía num poço cada vez mais escuro, cada vez mais frio, cada vez mais sem fim. E é aqui, exactamente nesta frase da história que entra a teia. A teia é aquela coisa que se resolve estender por toda a largura do poço, de modo que, suavemente (sim, que sou levezinha), eu aterre e estanque a meio da queda. E de que é feita uma teia? Bem, uma teia é feita de pequenas linhas, finos fios de memória que ficam bem marcados num passado singular. Uma teia é feita de Marta e é feita de Pedro. É feita de Croov, Válter e Ruth. Uma teia é feita de Inês, de Mariana, de Clara, de Alina, de Sofia, de Tiago. Uma teia é feita de teatro, de mãe. Uma teia é feita de abraços, de desabafos, de choros e acalmamentos. Feita de Podes contar comigo!. Sinto-me bem pequenina, uma menina suja e triste a quem só os bons dão colo. Só os que vêem ali mais que um vestido e uma cara sujos, só que sentem amor em vez de pena se atrevem a dar colo. Sinto-me bem pequenina, porque apesar de saber a verdade, sinto que não podia estar a sabê-la de maneira melhor. Sinto-me bem pequenina...porque preparada para me deixar nas mãos dos meus. E descobri. Uma teia é feita de Deus. Mais que isso, uma teia é feita por Deus.

domingo, setembro 28, 2008

Até ao fim, repito.

Porque Até já seria ir embora e voltar daqui a bocado. ................... E para mim viver não é isso. ...................................................... Porque andar com um sorriso na cara seria mentir-me a mim e ao mundo. ....................................................................................... E para mim viver não é isso. ...................................................... Porque ter todas as respostas seria saber responder a tudo. ........... E para mim viver não é isso. ...................................................... Porque nunca fraquejar seria ser de ferro, inabalável, insensível. ... E para mim viver não é isso. ...................................................... Porque temer o fim seria não o compreender. ............................ De tudo o que sabia fiz o que fui capaz. .................................... Quis ser unicamente um fermento de paz. ............................. Passei. E não somente aqui, na minha rua, passei. ................. Débil, passei. Frágil, passei. Pobre, passei. E acabei. .................... A vida continua. ...................................................................... Fim, Eugénia Pedro

quinta-feira, setembro 25, 2008

Até ao fim.

Há pessoas que nascem para ser grandes. .............................................. Há pessoas que nascem para nos fazer crescer. ..................................... Nascem para ser fortes, para lutar até ao fim. ........................................ E depois partem, quais heróis, da nossa presença. ...................................... E depois já não precisamos de andar à procura delas, simplesmente falamos, como loucos. .................................................................................. A vida não é justa. .......................................................................... Mas não descansamos enquanto não dermos todo o amor que pudermos dar. Porque é assim, o amor. .................................................................... Porque só assim funciona. ................................................................. Há pessoas que nascem para morrer. ...................................................... E só elas vivem, de facto.

terça-feira, setembro 23, 2008

Puro soluçar.

És o melhor.
És frágil, e isso faz de ti o mais forte de todos.
Quero que saibas isto.
Também quero que saibas que te amo.
Vais esquecer-te. Um dia vamos esquecer-nos todos e o que está para trás não vai importar nada nunca mais.
Mas independentemente de tu te poderes lembrar, independemente de eu o saber mostrar, independentemente de tudo o que o mundo nos obriga a viver, eu amo-te. E tu és o meu melhor amigo. E o melhor amigo que alguém poderia ter. Era só isto que eu precisava de dizer hoje.
E já está.

domingo, setembro 21, 2008

Primeira semana

Receita: ......................................................................... Escola nova; horário-manta-de-retalhos; marcadores permanentes; farinha do super mais próximo; água (daquelas de 1.5l que custam 13 cêntimos, de preferência); manuais escolares que se parecem com os dicionários Petit-Robert, e que comprados na vulgar livraria pagariam um carro. ........................................................................................... ...Será preciso dizer mais alguma coisa?

domingo, setembro 14, 2008

Get storm.

foto do google
Hey, what’s your name?
Margarida.
What?
Like the pizza, you know?
Oh, ok. Who are you?
This is me.
What are you waiting for?
The cold. I’m waiting for the cold.

sexta-feira, setembro 12, 2008

Let's laugh.

imagem do google
É em noites como esta que me sinto realmente bem. ...... Brota a autenticidade das nossas gargalhadas. .................. As gargalhadas não foram feitas para serem bonitas, ou para soarem bem. As gargalhadas são brutas, só por si. É isso que há de mais belo nelas. A brutalidade com que se fazem notar. A violência com que rasgam a atmosfera. O facto de serem cheias, inteiras, mesmo que fiquem a meio. É toda uma vontade - de que o peito se enche - de dizer ao mundo que é ou está feliz. ................................................................... As gargalhadas não são cristalinas nem suaves. São um grito de prazer. ................................................................................ Vou guardar esta noite e nunca mais sair dela. ................... Ao Válter e à Mariana, as melhores companhias que eu podia ter arranjado.

terça-feira, setembro 09, 2008

Taizé.

Tenho amigos que buscaram paz interior.
Entristeceu-me tanto saber isso!
Mesmo que eu quisesse, não poderia voltar a casa como se nada tivesse mudado, como se apenas tivesse tirado uma semana de férias.
Porque mudei, de facto. Aprendi a viver e sentir tudo como se tudo dependesse de como eu vejo as coisas e dos passos que dou. Viram o último filme da trilogia dos Piratas das Caraíbas? Lembram-se do que eles fizeram ao barco? Foi exactamente isso que me aconteceu. Afundei-me para ir buscar ao fundo aquilo que estava lá em cima.
Estar em Taizé é...respirar paz, é ter amor espontâneo, universal e gratuito mesmo mesmo à flor da pele, é divagar ao som dos sinos da alvorada, é descobrir um mundo que parece feito de sonho! É um arrepio, um duche de tranquilidade. É aprender a rodar os olhos 180º.
Descobri pessoas fantásticas. Mais que gestos bonitos, encontrei gente que parecia transbordar de verdade, de honestidade, de entrega.
Quanto à minha vida, faço agora uma nova leitura dos mesmos factos. Faço-a com mais fé, com mais alegria, com mais certezas. É como se hoje tudo fosse mais nítido.
Fica um muito obrigada a todos quantos fizeram de Taizé - que já por si era mágico - um lugar único e inesquecível, que soube - de facto - a pão com manteiga barrado a chocolate!

quarta-feira, agosto 27, 2008

Três horas

Três lindas horas passei eu mais a minha rica mãezinha na Loja do Cidadão do Odivelas Parque.
E para quê?, perguntam vossas mercês.
Hum...bem...no final das contas...para nada.
Não nos serviu de rigorosamente nada estarmos ali desde as 10.40h da manhã.
"Ah e tal e se não tem o nº de beneficiário não lhe posso ajudar..."
O que realmente interessa é que depois de todo um dia de correrias já tenho o meu papelito que diz que estou à espera do meu Cartão Europeu de Seguro de Doença...e que assim já estou autorizada a ser violentemanete atacada por qualquer bicho, vírus, furacão estrangeiro.
Nos entretantos...calmamente...Taizé espera-me.

terça-feira, agosto 19, 2008

Cócoras

Um dia eu fujo. Fujo. Corro; corro até não poder mais. Viverei num mundo pintado a tinta-da-china. .......... Tinta-da-china preta, oh sim, preta. .................. Levo comigo a minha tinta-da-china branca e o meu pincel, e assim posso brincar às bonecas. ....................... Um jogo que só eu conheço, e que mais ninguém pode jogar. Ou será que sou sozinha? ............................ ....................................................... Um mundo onde eu não duvido nunca: ou é preto ou é branco. ................................................. Mas só não duvido quando eu não quiser duvidar. ....... Sim, quem diz que eu não duvido quando me apetece? ..... Se eu quiser a tinta é verde e ninguém tem nada com isso! Ninguém tem nada com isso se ninguém quiser jogar! ...... Ou será que sou sozinha? ............................. ....................................................... Um dia pego em ti e fugimos os dois.

sábado, agosto 16, 2008

Santa Cruz

Um cartão do metro, dois bilhetes de autocarro, e 'bora lá.
Como sabe bem ter amigos com quem partilhar as coisas! Aprendi que a distância pode ser saudável: obriga-nos a aproveitar melhor o tempo quando estamos juntos.
A cada encontro, um convite: não nos perderemos de vista!

quinta-feira, agosto 14, 2008

Yummy...

Apresento-vos a minha obra prima de hoje!
Lá está, são os truques femininos que eles nunca terão; e este, certamente o melhor exemplo deles: arear os tachos! (Neste caso, talvez a forma...)
Eu nem sequer gosto muito de chocolate em bolos, mas hoje apeteceu-me!... Quem quiser um bocadinho, não hesite: a campainha daqui é já ali! :)

quinta-feira, agosto 07, 2008

Saldos

É tão bom encontrar uma loja com eles generosos!!
Hoje, foi a vez da Alta Roda, uma das minhas lojas favoritas. É em Campo de Ourique, e parece que é uma das lojas de eleição do Jet-7 lisboeta... Tem peças que, sinceramente, nunca me imaginaria dentro daquilo (como, aliás, qualquer dos vestidos da foto)... Mas encontro sempre coisas de muito boa qualidade, ao meu estilo, e tenho um atendimento verdadeiramente personalizado e prazenteiro. Conhecem-me e sinto que estou quase entre amigos. Assim que chego, "Ai, ainda bem que viestes. Tenho aqui uma peça que vais a-do-rar!"... Adoro vestir e trocar e experimentar, mesmo que saiba que não vou levar, e ninguém lá se importa com isso! É um autêntico antibiótico!! O único grande problema da Alta Roda é o preço. Mas hoje, está quase tudo a 50% de desconto, e foi mesmo para afogar a crise! :D
Gajas nas compras...é o que dá!

terça-feira, julho 22, 2008

Morri-te-me.

Faleci. ........................................................................................... E tu comigo. .................................................................................. Guardamos as mesmas noites. ....................................................... Irrepetíveis, inesquecíveis, irrepreensíveis, intransmissíveis. .............. Levamo-las connosco para onde quer que vamos quando falecemos.. São o pouco que levamos.......................................................... Mentira: eu levo ainda a culpa, tu levas ainda a dor. .......................... De resto, vamos juntos. .............................................................. Por ruas escuras, dos teus olhos escuros, que vagueiam ainda, desabituados, dentro dos meus. ................................................... Ruas que sobem onde nos levam nossos passos........................... (Mas somos, ainda assim, falecidos.) ..................................... Passos incertos, passos concretos. .............................................. A caminho de onde chegarmos.

sábado, julho 12, 2008

200º Post

Lá estavas tu, tal como num sonho.................................................. Cabelo teimoso, pele a renovar, barba por fazer............................ Choveu. Tal como num sonho......................................................... Um espirro contra o sol, que já lá vinha de novo........................... As minhas costas contra as tuas costas.......................................... As tuas peúgas contra as minhas peúgas....................................... O nosso abraço contra todas as palavras....................................... Então vem, vamos dançar este silêncio........................................ Olá...

quarta-feira, julho 09, 2008

Ora bem...

Como nós, gente de cidade, nos esquecemos tão facilmente de como sabe bem ter árvores bem altas para fazerem uma sombrinha perfeita, mesmo à nossa medida...
Uma tarde bem passada, esta, sim senhora!
Trocávamos o cheeseburguer por um peixinho grelhado, e era perfeito.

sábado, julho 05, 2008

sombra.

A sombra é, realmente, qualquer coisa de espectacular.

Há muito que me apaixonei por ela. Tenho um amigo que a associa a um melhor amigo que está sempre lá, vigiando nossos passos. Que a ele a sombra faz lembrar um irmãozinho mais novo para quem somos fascinantes. Mas eu vou mais longe. Para mim ela é a única prova palpável de que podemos ser maiores do que nós. A sombra...é a imagem real e concreta de nós mesmos. Sabe reduzir-se e ser mínima, pode crescer e ser incalculável. Nós somos mais que nós mesmos quando damos sem reservas, por exemplo; e assim somos maiores do que o pequeno eu que conhecemos. Porque existimos no outro, no próximo. Então nós crescemos de tamanho. Ocupamos mais espaço no mundo. E a nossa sombra pode ser maior que o nosso corpo. Por isso digo que é a representação. A prova palpável. Quando me dedico ao meu amigo, ao meu próximo, deixo um bocadinho de mim nele. E ele tem-me. Ele conhece-me e por isso tem uma opinião sobre mim. Essa opinião também é uma definição de mim, certo? Então, se eu conseguisse juntar tudo o que todas as pessoas que conheço pensam de mim...saberia o tamanho exacto que ocupo no mundo, verdade? MENTIRA! Porque eu levo os meus cães à rua todos os dias, e quando eu não apanho o cocó, os homens que estão no café em frente ao jardim ficam a pensar muito mal de mim, e eu não os conheço. Mas eles também têm uma definição de mim. Aquele também é espaço que eu ocupo. E a única coisa física que se estende com esta rapidez é a sombra.

Projecta tu, na tua imaginação, uma luz, a luz mais forte que conseguires, para o teu corpo. Que o jacto de luz descreva uma linha vertical em relação ao chão. Não tens sombra, ou tens muito pouca, não é? Se pudesses fazer com que essa luz se movesse de maneira a passar a descrever uma linha horizontal, a tua sombra cresceria a uma velocidade alucinante, e não poderia acabar, porque a Terra é redonda. Na teoria, a tua sombra seria projectada no espaço.

A sombra é, para mim, o retrato físico mais fiel de nós mesmos. Tem lá tudo. Tudo o que somos, tudo o que fomos. E está sempre actualizada!

Gostava tanto de conseguir, como o Peter Pan, apanhá-la...a minha, claro. Teria tanto para lhe perguntar...

.

[to be continued]

Ao Hugo Sousa e ao Rui Coelho, amigos como deve ser!

quarta-feira, julho 02, 2008

Melhor Amiga

Parabéns, minha lindona!!
Que sejas sempre a menina que conhecemos!
Que cresças de modo a que cada momento seja um passo firme a caminho de Cristo!
Completas-me!
Elucidas-me!
Levas-me!
Surpreendes-me!
Compreendes-me!
Acompanhas-me!
És-me!
Beijo nessa testa, desta feita virtual...!

terça-feira, julho 01, 2008

24 XPTO : mais que um fim-de-semana

Como dizia lá no site, foram 24 horas em que, no encontro com Cristo, nos pudémos encontrar connosco próprios, e com centenas de outros que quiseram ser XPTO. O 24 XPTO foi um acontecimento para todos os jovens, querendo festejar:

o início do ano Paulino, convocado por Bento XVI;

os 30 anos de bispo do Senhor Patriarca, estando com ele;

as ordenações sacerdotais da nossa diocese.

Foram 24 horas de verdadeira comunhão, de verdadeira partilha, foram 24 horas em que vivemos e testemunhámos Cristo nas nossas vidas. Tudo começou na Sé de Lisboa, às 18 horas de sábado, onde nos reunimos com o cardeal Patriarca de Lisboa, Dom José Policarpo, que respondeu às nossas perguntas com um sentido de humor que surpreendeu muitos. Jantámos no chão de Lisboa, junto à Igreja de S. Nicolau, e partindo daí, caminhámos nas pegadas de Paulo, o último dos apóstolos. Caminhámos por Lisboa: passámos por Santos, pelas Docas, com as nossas velas, com os nossos cartazes, com as nossas orações, e vencemos todos os olhares e comentários de desaprovação que nos foram atirados pelo caminho. Por onde passávamos íamos parando o trânsito: íamos a caminho de Cristo, creio que tudo o resto podia esperar.

Muitos não chegaram a dormir: a adoração durante a noite era bem mais importante. Estávamos quentinhos, no Mosteiro dos Jerónimos, e a animação era feita por vários grupos de jovens da Diocese de Lisboa. No domingo de manhã começaram as viagens missionárias. Só posso falar da minha: O Anúncio na Cidade. Foi-nos dado um cartão 7 Colinas, para que pudéssemos deslocar-nos por Lisboa, e confiada a missão de evangelizar na rua. Vinte e poucos adolescentes juntos, evangelizando na estação do Cais do Sodré, em sintonia com as outras centenas que evangelizavam com a mesma força - chamada Cristo - noutros pontos da cidade.

O encontro acabava com as ordenações sacerdotais, também no Mosteiro dos Jerónimos, mas creio que nenhum de nós acreditou que o XPTO acabava ali, de facto. Penso que soubemos, a determinada altura, que iríamos repetir os mesmos gestos e ser invadidos pelo mesmo Espírito ao longo da nossa vida.

sábado, junho 28, 2008

Que faisons-nous pour sauver la planète?

Aqui há uns tempos, a minha stora de Francês fez-me esta pergunta. Esta é a tradução da minha resposta.
.
Nós já fizemos tudo para salvar o planeta, não vale a pena fazer mais nada.
Nós já destruímos – e fizemos desaparecer – milhares e milhares de espécies animais e vegetais. Elas não poderão voltar, nunca mais. Ninguém as voltará a ver. Ninguém as poderá sentir, nem sequer imaginar.
Nós já destruímos o equilíbrio frágil dos ecossitemas - somente as ratazanas e baratas progridem sem problemas. Nós já contaminámos irreversivelmente os oceanos. As marés negras, o lixo industrial, os desperdícios químicos continuam a ser sistematicamente depostos no nosso caixote-de-lixo preferido. Nós já pusemos em órbita toneladas e toneladas de aço que, um dia destes, ainda hão-de começar a cair-nos em cima da cabeça (o Astérix tinha razão !).
Nós até já triunfámos na difícil tarefa de destruir a camada de ozono, nas regiões mais longínquas da atmosfera. Mais nada a dizer ! Não podemos desculpar-nos com a ignorância ou a falta de aviso ! E é por isso que podemos afirmar , sem a mínima dúvida : já fizemos tudo para salvar o planeta.
Hoje mesmo, alguns ainda tentam adiar o extermínio desta raça culpada. Insistem em pequenos gestos que – segundo eles – farão a diferença. Falam de reciclagem, da protecção das espécies, da economia de água, de energias alternativas - sem risco de poluição para o planeta... Mas é esta mesma raça viciosa quem o destrói, é esta mesma raça venenosa quem consome o oxigénio e produz dióxido de carbono.
.
Eu acredito : ele será salvo , o nosso planeta.
Infelizmente, sem nós.
.
E viva a Largartinha, que me fez voltar a pensar neste assunto e neste texto.

quarta-feira, junho 25, 2008

Receita Para Fazer Um Herói

Aos verdadeiros heróis da minha vida.
Como começava Reinaldo Ferreira, "Tome-se um homem (...), como nós, e em tamanho natural." Reconheça-se-lhe a vontade de lutar. Não obrigatoriamente por si, ou sequer por algo em concreto, mas a vontade de lutar por algo realmente desejado. Não obrigatoriamente algo nobre, ou sequer algo correcto, mas algo incrivelmente desejado.
Descortine-se-lhe a humildade com que nos fala, a voz com que nos aquece, o calor com que nos acolhe, o olhar com que nos abraça, os braços com que nos acalma.
Outros cozinheiros tirar-lhe-iam a mesquinhice, a casmurrice com que tantas vezes actua. Porém, eu acredito que o herói precisa de o ser por inteiro. (Aliás, sem estes importantes elementos, em vez de um herói, teríamos uma escultura perfeita, um boneco bonito, um fantoche grego.)
Polvilhe-se com tudo o que estiver à mão e nos parecer característico: valores morais, cabelos indisciplinados, rugas nos cantos dos olhos, muita instabilidade, mãos ásperas, uma gargalhada cheia e sonora...talvez uma pitada de barba por fazer e uma cabeça de vento...
Para finalizar, junte-se-lhe a fonte da força - que é o mesmo que dizer o ponto fraco - , a âncora daquela vida levada ao sabor do vento...: a família ou aqueles amigos ou aquele(s) hábito(s) que tem desde que se conhece, ou tudo junto.
.
Forno bem quente.
.
Serve-se como calhar.

domingo, junho 22, 2008

Dói(s)-me.

Saber que tudo vai acabar não tarda.
Saber que em breve estaremos distantes e autónomos e não teremos nada que ver um com o outro.
Saber que vou guardar tudo numa caixinha, numa gaveta, num envelope, para voltar a pegar num amanhã que virá muito depois.
Saber que não posso parar agora, que ainda está tudo na mesma, e que terei de continuar sozinha, em frente, e que a minha frente a partir de agora não é a mesma frente que a tua.
Perguntar-me se alguma vez foi.
Perguntar-me se alguma vez olhámos o mesmo ponto, buscámos a mesma meta, sonhámos o mesmo horizonte.
Perguntar-me se valeu de alguma coisa.
.
Esperar.
.
O momento em que não vou querer olhar para trás, para não doer mais.
.
.
Sonhei…
-- Tenho de ir, agora.
- Sim. Leva juízo.
-- Algum.
- Hum, gosto muito de ti.
-- Er…vou ver se passo cá de visita.
- Ok. Vai lá.
-- Txau.
.
Não sabia que se podia sentir a partida e a falta de alguém que ainda não partiu e ainda está presente. Mais uma coisa que aprendi.
Confesso: nunca sonhei que viesses a importar-me tanto…

terça-feira, junho 17, 2008

Gerês.

.
Um lugar onde a própria paisagem me enchia. Não só me envolvia, como num abraço de amigo, como me enchia de facto, infundindo em mim todo o espírito de natureza, de frescura, de liberdade, de vitalidade...
.
Um lugar onde nunca estávamos cansados, mas que convidava a sentar...
.
Apetecia ficar ali.
.
.
E voltar, de novo...voltar sempre!
.
Sentar e ficar a observar os bichos, as plantas, ouvir as cascatas, respirar o ar limpinho...
.
.
Um lugar onde a natureza se impõe, e o homem se reduz a si mesmo para contemplar o grande mistério e perfeição da Criação.

sábado, junho 14, 2008

Empty Place

Não, nós sabemos que nunca vamos dizer tudo. O tempo ensinou-nos que há sempre algo que ainda pode ser dito. Há sempre algo que fica por dizer. Por vezes, a parte mais importante é aquela que não dizemos.
Então deixamos...como que um lugar vazio, em vez daquilo que poderíamos ter dito. Às vezes, só nós sentimos esse vazio, por termos guardado para nós o que queríamos dizer. Outras vezes, quem não ouviu o que nós não dissemos também sente que poderíamos ter dito mais, ou outra coisa. E aí, o vazio é partilhado.

foto emprestadada - salvo erro - daqui

segunda-feira, junho 09, 2008

M.A.

.
Costumamos dizer que não vale a pena dizer nem falar sobre o que sentimos uma pela outra, porque o que sentimos uma pela outra é indizível.
.
Costumamos dizer que não precisamos de dizer o que sentimos uma pela outra, porque a outra já sabe tudo o que poderíamos inventar para dizer.
.
Costumamos dizer que não vamos dizer o que sentimos uma pela outra, porque se o disséssemos uma vez que fosse, o que sentimos seria banalizado.
.
.
.
Falamos, falamos, falamos...difícil é estarmos caladas. Mas sinto que contigo eu falo, de facto. Eu não só falo, como converso. São conversas de gente.
.
Eu gosto de quem sou quando estou contigo.
Mais do que isso, nunca poderia pedir...
.
És tudo.
Completas, Ruth Graça.
Completas tudo.
És o fim do meu princípio.
És maior que eu e caibo inteira no teu abraço.
És inteligente e sabes discutir.
E sabes estar e falar e Crer.
És o Nesquik para o meu leite branquinho... :)
.
Através dos tempos, através dos choros, através das noites, através da vida e das dúvidas e das aventuras...sempre: Melhores Amigas.

terça-feira, junho 03, 2008

Será que sabemos?

Em toda a nossa juventude procuramos dizer "eu sei". E repetimo-nos..."eu sei", "eu sei", "eu sei". Chegamos a um ponto em que em vez disso, dizemos "eu sei, desta vez eu sei". Mas passados tantos anos em cima desta terra, onde andamos de um lado para o outro, ainda não sabemos como é que ela gira. Um dia ainda vamos saber que não saberemos nunca. "La vie, l'amour l'argent les amis et les roses On ne sait jamais le bruit ni la couleur des choses C'est tout que je sais! Mais ça, je sais!" Jean Gabin - Maintenant Je Sais

domingo, junho 01, 2008

Ao Pedro:

Antes de mais, sê bem-vindo!
Que tenhas uma vida feliz e recheada, que vivas sempre entre aqueles que te amem, que sejas sempre querido e desejado, que cresças saudável, em estatura, em sabedoria e em graça, e que não dês muitas dores de cabeça (só algumas...).
Tenho de te contar: assim que a tua mãe me disse que nasceste, tive mais uma razão para gostar bué de ti: nasceste à mesma hora que eu!! Repara só: o teu nome é o meu favorito, nasceste - como eu - na Primavera, tens dois pais que eu tenho por pessoas fantásticas, tens imensa gente ansiosíssima por te conhecer e ver crescer (a começar por mim, claro!), tens uma mana linda que vai ganhar imenso juízo contigo por perto...tens tudo a teu favor!
Vais agora, e por muito tempo, partir à descoberta deste mundo tão grande e estranho onde se tem frio e calor e fome e diarreia e banhos e barulhos e onde já não és só tu e o teu líquido amniótico dentro daquela que mais te quer e mais te ama...
Vais agora, e por muito tempo, começar a usar os teus olhos, depois a boca, depois as mãos, depois os pés, depois todo o teu corpo, depois o teu coração, e logo a tua mente vai aprender a comandar tudo isto...
Hoje és um filho, um neto, um sobrinho, um mano, um primo.
Um dia serás tudo isso e muito mais.
.
Manda um grande beijo à mãe linda que tu tens, sim?
Anita
.
.
Post Scriptum: FELIZ DIA DA CRIANÇA!!

quinta-feira, maio 29, 2008

Psst...! Sr. Resposta!

Quem pensas que és? . Por quem me tomas? . Quanto queres pesar? . Posso ficar contigo? . Nunca quiseste acordar? . Dói viver assim? . Aceitavas uma vida? . A que horas te vou ver? . Porque contas? . Porquê não já? . De que tens medo? . Porque te escondes? . . . . . . . ...Sr. Resposta, posso-te conhecer?

domingo, maio 25, 2008

2.30 p. m.

Se fosses um planteta, eras Plutão. Eu sei. Terias apenas um problema, aos olhos dos sábios, é que, segundo parece, Plutão não é um planeta. Mas a tua vontade é essa e só essa. Plutão.
.
Também sei que se pudesses escolher à vontade o destino de uma viagem, ele seria o futuro. Mas repara, aos olhos do mundo, as viagens só se fazem no espaço, nunca no tempo...
.
E também sei que se fosses um objecto, eras um tijolo; uma árvore, azeitoneira; uma fruta, pêra; uma flor, cravo; um animal, pirilampo; algo de comer, queijo; um instrumento, pandeireta; um som, pcóóó!; um livro, Morreste-me; uma parte do corpo, a cabeça; um desenho animado, o Popas; uma forma, a triangular; ou se fosses um número, que serias o 23...
.
Mas não és. És tu.
.
No entanto, sei que se te falassem num elemento, a tua resposta seria Ananias!, que se te pedissem uma música, entoarias Yesterday, ou que se te tirassem algo muito bom, então seria a comida da tua avó...
.
Não sei se tudo isto continua a ser verdade...mas é o que me lembro. Eu jogava muito este jogo com a minha mãe, chamávamos-lhe O Psiquiatra, e um dia resolvi fazê-lo contigo...e tudo o que guardei está aqui. Tal como todas estas psiquiatrices ficaram cá no disco rígido, também tu ficaste, um dia tão importante, tão tudo e mais alguma coisa...
.
E continuo para-mim-própria defendendo a minha teoria, em como o teu pai tem - de facto - as mãos frias.

quinta-feira, maio 22, 2008

sábado, maio 17, 2008

Elephant Love Medley

O filme - Moulin Rouge - é um dos meus favoritos...e a música....a música é excelente! Andava a passear pelo YouTube...e deparei-me com isto!

sexta-feira, maio 16, 2008

Idade.

De tudo o que me faz pensar, há uma coisa que me atropela a cabeça. A idade. Não a minha, a deles. Há qualquer coisa que rasga. Choram-me as estatísticas que eu estarei cá quando os meus pais não estiverem. Muito nublado, bem sei. Mas real. Posso tê-los agora, e abraçá-los com a carne que me deram, mas...e depois? Vejo-lhes os anos na pele e a pele dá-me saudades. Saudades do que não vou ter. É a lei da vida, e todas as frases feitas que pregarem nas paredes. Mas a saúde teima em ir à sua vida cedo demais. Não a deles, a das estatísticas. Hoje tenho-os ali. Visto daqui, dos meus olhos, não envelheceram. Foram emprestando um ou outro ano aos ossos. Quero o meu pai a ficar envergonhado quando diz "gosto muito de ti filho" e a minha mãe com gotas de amor a marcar passo nos olhos quando diz "gosto muito de ti filho, nunca te esqueças disso". Nunca te esqueças disso. E depois, o que fica? As memórias não são de carne, são de lágrimas. E essas custam mais a abraçar. Há qualquer coisa que rasga, eu bem disse. Sei que estão na casa dos sessentas. Mais precisão do que essa acelera-me o sangue. "São novos". E porque é que não ficam sempre assim? Atrasem o relógio quarenta anos, vá lá. Só desta vez, ninguém vai dizer nada à terra. Apetece deixar cair uma pedra na roda dentada e parar tudo. A assobiar, para não ter de prestar contas. A palavra filho é patente deles. Quando a dizem há uma manta que protege o coração até cima. Depois da estatística fica só o coração e a manta enrolada aos pés. Podemos sempre puxá-la, mas nunca mais vai tapar tudo. E não, nunca me esqueço disso. .

terça-feira, maio 13, 2008

Rasgo

Ela ocupava apenas um pedacinho dos seus olhos.

Um rasgo vermelho inundava uma pequena porção do seu olhar castanho.

Ela ocupou aquele lugar durante uma hora. Uma hora inteira. Um momento em que o tempo não foi importante para nenhum dos dois. Falaram, simplesmente. Deram de si. Não, não foram desvendadas todas as verdades, nem morreu nenhum dos dois, nem casaram, nem se apaixonaram. Mas o laço ficou menos lasso. Novas pontes se contruíram de um para o outro, naquele dia de aguaceiros. Então, durante uma hora, conheceram melhor o outro, e ficaram ali à procura de si.

.

A minha t-shirt rasgou o teu dia.

Olhos castanhos dão cor ao meu.

sábado, maio 10, 2008

Not today

Um dia destes vou amar-te como se não houvesse amanhã. Amar-te com unhas e dentes, de palavras e de gestos, de coração e de mente, de espaços e tempos. Vou amar-te e querer-te e desejar-te e ter-te na palma da minha mão. Vou depositar-me no teu colo e ser criança na alegria de ser e de estar, de ouvir e de dar. Um dia destes vou amar-te com todo o meu ser. Um dia destes, o mundo continuará a não ser uma flor de chocolate ou um universo de árvores de caramelo, e eu vou preferi-lo mesmo assim. Um dia destes eu vou dar ao tempo a minha vida. . E isto, meu amor, quando sim. Porque será unicamente porque sim, um sim cego e sozinho, gritado e consentido, desejado e aberto, cheio e sentido. Porque sim. . ....................................................E pode ser que nesse dia saibamos que te amo.

quarta-feira, maio 07, 2008

Goodbye My Lover

Não é só o que se passou que conta, mas também o que foi do "nós" depois...e isto é verdade para todas as pessoas. Hoje, esta música toma em mim novos sentidos. "And I still hold your hand in mine. In mine when I'm asleep. And I will bare my soul in time, When I'm kneeling at your feet." James Blunt - Goodbye My Lover

segunda-feira, maio 05, 2008

Amar!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui...além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
.
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
.
Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois, se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
.
E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... para me encontrar...
.
.
Florbela Espanca

quinta-feira, maio 01, 2008

Chuva.

Se a deixarmos, ela liberta-nos.

Dos nossos casulos, dos nossos ridículos (- uns mais, outros menos) quotidianos.

Se nos libertarmos, ela lava-nos.

Deixa aquele lindíssimo aspecto na rua, na serra, na janela.

Tenho saudades dela. De andar por aí à solta, debaixo de uma chuvada.

Ela faz a diferença. Mas só se deixarmos.

segunda-feira, abril 28, 2008

Crepes!

Não foi cansativo...foi extenuante!
Foi o dia todo: dás-me um guardanapo?, este crepe é com quê?, chega para lá!, espera um bocadinho!, precisamos que alguém vá comprar talheres (ou óleo, ou ovos, ou nutella, ou...)!, façam uma fila!, o que é que vai ser?, já te dei troco?, qual é o teu turno?, quanto já temos?, podes ir lavar isto?, epah, não tens moedas?, volte sempre!.
O dia todo de pé. Mentira: foram só dez horas. Dez horas a fazer sair crepes, uns atrás dos outros, às vezes com duas crepeiras ao mesmo tempo. Ou a inventar uma massa assim à pressão. Ou a atender alunos com medo do toque de entrada. Ou a encher crepes de chocolate, de caramelo, de doce, de queijo, de fiambre, de salsicha, de açúcar, de canela, de chantilly. Éramos muitos. Funcionávamos bem, de uma maneira geral.
Estávamos tão habituados à gritaria, ao nervosismo, às respostas tortas, que quando alguém fazia um elogio, ganhávamos o mundo. Quando pedíamos em vez de mandar, quando agradecíamos em vez de embirrar, e recebíamos um sorriso no meio do caos...o tempo parava(mas só um bocadinho...). Acho que estas coisas nos fazem bem: obrigam-nos a contar uns com os outros. E a lavar a sala, mesmo que o balde da esfregona se entorne vezes sem conta, nas mãos dos rapazes.
Foi muito cansativo. Mas soube bem.

domingo, abril 20, 2008

Cardiografia

Eram dias maus. Eram dias em que chegávamos a casa de rastos. Eram dias em que já não sabíamos o que era dormir, ou sossegar, ou ser normal. Eram dias em que não víamos outra hipótese senão ter força, senão apoiar-nos um ao outro, senão estar lá para ele. Foi um ano e pêras. Como o pai dele disse - e foi a afirmação mais verdadeira que ouvi até hoje - "Puta que pariu 2007". Mas sempre nos mantivemos juntos. Foi na dor, dor que não conhecíamos, que nos encontrámos. Foi essa dor quem soldou a nossa amizade. Estávamos lá. Para ele, para os outros, para todos, para nós. Para tudo. E hoje, amigo, o que ficou de nós? Desta maneira te falo, porque não sei mais nenhuma. Desta maneira te toco, porque esqueci qualquer outra. Desta maneira me mostro, porque não consigo de mais nenhuma. Diz-me, se souberes, é disto que somos feitos? [Smashing Pumpkins - Disarm]

terça-feira, abril 15, 2008

Snooker

Simplesmente...gosto!
Traz-me à memória tardes quentes de Verão e uma voz impaciente Põe o taco mais para aqui, ou Põe o taco mais para lá, ou Joga àquela, ou Não vás por aí, ou Baixa-te mais, ...
Os seus dedos carnudos passeavam no veludo verde como as faúlhas dançavam no vento...e a sua paciência parecia estar quase a esgotar-se...mas nunca se esgotou. Saudades. Daquilo que, mais que certo, não volta mais.